sexta-feira, 9 de maio de 2014

Para decidir certo



Para decidir bem, precisamos de boas informações.
Se, por exemplo, não sabemos que nossa conta está negativa no banco, tomaremos decisões que nos deixarão em situação bem pior.Obtidas as informações, precisamos conferi-las.
Para decidir bem, precisamos de bons pressupostos. Se, por exemplo, partimos da convicção de que todos os políticos são desonestos, julgaremos a todos iguais independentemente do seu real comportamento. Precisamos da honestidade de admitir que nossos pressupostos podem estar errados.
Nosso problema é que, muitas vezes, tomamos decisões de vida ou morte baseados em informações simplesmente erradas. Se ainda pudermos corrigir, não devemos ter vergonha para reparar o erro. A partir daí, a experiência nos deve servir de professora.
Nosso problema é que portamos óculos (e não tem como ser diferente!) que nos vão sendo pendurados no nariz pela nossa biologia interna, pela ideologia de nossa família, pela filosofia de nossos dias, pela teologia de nossa fé e pela ciência dos objetos, nenhuma delas desprovida de interesses. A cada decisão, precisamos assestar nossos óculos ou -- quem sabe -- limpá-los.
Diante da tragédia de podermos decidir a partir de informações sem o chão da realidade e pressupostos sem o céu da certeza, precisamos de humildade quando afirmamos ou negamos, de coragem para fazer e refazer juízos e de serenidade para continuar atravessando a ponte estreita sobre águas agitadas.
Nesta caminhada, mesmo que possa merecer a reprovação (do tipo "quem me garante que vai dar certo?"), o otimismo é melhor companheiro do que o pessimismo, a esperança é mais lúcida do que o desespero.


Israel Belo de Azevedo

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