segunda-feira, 10 de março de 2014

Viva o otimismo



Fala-se numa indústria do otimismo. O tom é negativamente crítico.
De fato, o otimismo precisa ser criticado. Ele pode levar uma pessoa a consumir algo que não pode pagar, por achar que conseguiria. Ele pode levar uma pessoa a se submeter a uma cirurgia, crendo no êxito, e, por causa dela, perder a vida.
Por trás do otimismo, pode estar alguém vendendo palavras de ânimo e ganhando dinheiro com seus lugares-comuns.
Mas o que dizer do pessimismo?
O pessimismo pode, diante da falta de perspectiva, levar uma pessoa a matar a outra (já que não há jeito para este mundo mesmo) ou a dar cabo da sua própria vida (diante da esperança inexistente). O pessimismo pode paralisar uma família, temerosa de pensar e ousar. O pessimismo pode impedir a ciência de progredir, pois o cientista não continuará sua pesquisa se pressupor que não conseguirá provar suas hipóteses. O pessimismo ceifa o progresso econômico, porque os seus agentes não enxergam um cenário que os anime a investir e a produzir.
Por trás do pessimismo, pode estar uma ideologia (quanto pior, melhor, por exemplo, para os candidatos a cargos eletivos) ou um interesse financeiro (como os setores empresariais que podem pintar um quadro sombrio da economia em busca de benefícios governamentais).
O otimismo tem cara de idiota.
O pessimista alcança fama de gênio.
Nem o conselheiro do otimismo ou o avatar do pessimismo arcam com as consequências das suas sugestões.
Paga o preço quem os ouve.
É bom escolher bem.

Desejo-lhe um BOM DIA.
Israel Belo de Azevedo

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